O ergocalciferol (vitamina D2), encontrado em plantas, e o colecalciferol (vitamina D3), encontrado em tecidos animais, são fontes de atividade de vitamina D pré-formada. O ergocalciferol e o colecalciferol diferem quimicamente apenas pela presença de uma ligação dupla adicional e de um grupo metila no esterol vegetal.
O 7-desidrocolesterol, um intermediário na síntese do colesterol, é convertido em colecalciferol na derme e na epiderme de humanos expostos à luz solar.
A função geral do 1,25-diOH-D3 é a manutenção de níveis plasmáticos adequados de cálcio. Essa função é realizada com as seguintes estratégias: 1) aumento na captação de cálcio pelo intestino; 2) minimização da perda de cálcio pelo rim; e 3) estímulo da reabsorção óssea quando necessário.
Além da sua função na homeostase esquelética, a vitamina D possui efeitos imunomodulatórios e antiproliferativos.
A exposição prolongada à luz solar não produz excesso de vitamina D, mas altas doses de vitamina D administradas oralmente podem levar a hipervitaminose.
Para adultos, o valor diário recomendado de vitamina D de 5 mcg (200 UI) pode prevenir a osteomalácia na ausência de luz solar, mas é necessário muito mais para prevenir a osteoporose e o hiperparatireoidismo secundário. Outros benefícios da suplementação de vitamina D têm importância epidemiológica: prevenção de alguns tipos de câncer, progressão da osteoartrite, esclerose múltipla e hipertensão arterial. A exposição ao sol do corpo todo nu proporciona facilmente o equivalente a vitamina D3 de 250 mcg (10.000 UI), sugerindo que este é um valor fisiológico. Os dados reunidos de muitos estudos sobre suplementação de vitamina D revelam uma curva para a dose de vitamina D versus a resposta sérica de 25-hidroxivitamina D [25 (OH) D] que é surpreendentemente plana até 250 mcg (10.000 UI) de vitamina D ao dia. Para garantir que as concentrações séricas de 25 (OH) D excedam 100 nmol / L, é necessário um suplemento total de vitamina D de 100 microg (4.000 UI) ao dia. Exceto naqueles com condições que causam hipersensibilidade, não há evidências de efeitos adversos com as concentrações séricas de 25 (OH) D <140 nmol / L, que exigem um fornecimento total de vitamina D de 250 mcg (10.000 UI) ao dia. Casos publicados de toxicidade de vitamina D com hipercalcemia, para os quais a concentração de 25 (OH) D e a dose de vitamina D são conhecidas, envolvem ingestão de> ou = 1000 microg (40.000 UI) ao dia.
Como diria o Dr. Cícero Coimbra – famoso por curar doenças autoimunes com doses muito altas de vitamina D3: 10.000 UI de vitamina D3 não é superdose para um adulto.
A vitamina D2, essencialmente vegana, possui eficácia inferior à D3. A D2 mostrou-se eficaz em prevenir raquitismo, parecendo, por outro lado, ter quase nenhuma atividade imunomodulatória ou no sistema nervoso central, o que pode ser algo muito grave, tendo em vista a atual epidemia de baixa vitamina D na população global. Vários estudiosos defendem que a D2 não deveria ser vendida como suplemento.
Existe vitamina D3 vegana feita à base de líquen e precisamos lutar para que os farmacêuticos utilizem essa matéria-prima aqui no Brasil.
Existe uma rápida expansão da literatura científica sobre os papéis da vitamina D na manutenção da saúde e na redução do risco de doenças crônicas, câncer, doenças autoimunes e infecciosas. Os níveis séricos de 25-hidroxivitamina D [25 (OH) D] para uma saúde ideal estaria em torno de 150 nmol / L ou 60 ng/mL.
Conclui-se que é urgente uma revisão dos valores diários recomendados e também dos valores de referências adotados pelas sociedades médicas e órgãos governamentais. É interessante notar que o preço da vitamina D é muito barato quando comparado ao preço dos tratamentos convencionais para doenças autoimunes e câncer por exemplo. Reflitam sobre isso.
A suplementação da vitamina D para atingir níveis ótimos e protetores contra doenças crônicas e autoimunes deveria se tornar uma meta de saúde pública em nosso país.
E você? Já dosou seus níveis de vitamina D este ano?
REFERÊNCIAS
1-Harvey, Richard A.; Ferrier, Denise R.. Bioquímica Ilustrada (Página 386). . Edição do Kindle.
2- Am J Clin Nutr. 1999 May;69(5):842-56
3 – The Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism 89(11):5387–5391
4 – Am J Clin Nutr. 2006 Oct;84(4):694-7.
5 – J Steroid Biochem Mol Biol. 2010 Jul;121(1-2):456-8.
Dr. Carlos Teotônio
Médico
Nutrologia Clínica
Medicina Natural
Estudioso da Alimentação Saudável e Medicina do Estilo de Vida
Certificado em Plant-Based Nutrition pela Cornell University
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